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Junho Violeta: Sete respostas esclarecedoras sobre o Ceratocone



No mês de junho é realizada a campanha de conscientização sobre o Ceratocone. O médico oftalmologista Dr. Eduardo Miranda, diretor da PMX Centro Oftalmológico, responde a sete perguntas esclarecedoras sobre a doença.


1. Quando teve início o Junho Violeta? Qual o seu objetivo?

A campanha Junho Violeta teve o seu início no Brasil, no Rio de Janeiro, em 2018, e rapidamente tornou-se internacional (The Violet June). Esta iniciativa também corrobora com outras como, por exemplo, o Dia Mundial da Consciência do Ceratocone, em 10 de novembro, patrocinado pela organização norte-americana National Keratoconus Foundation (NKCF).


A motivação para iniciar este projeto foram evidências diárias de que a falta de informação ou a desinformação sobre a doença pode causar mais sofrimento do que a própria doença. Outro fator que merece destaque é a quantidade elevada e possivelmente crescente de pacientes com ceratocone. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a cada 100 mil pessoas no mundo, até 600 podem desenvolver a doença.


2. Qual a característica desta doença e a explicação para a origem do nome Ceratocone?

O Ceratocone caracteriza-se pela distrofia da estrutura da córnea, essa camada lisa e transparente que recobre o globo ocular. A alteração da sua forma ocasiona o alargamento da córnea, fazendo com que o seu formato fique semelhante ao de um cone, por isso o nome Ceratocone.


O colágeno é a proteína presente em grande quantidade na córnea e que fornece resistência e manutenção do formato normal da córnea. No Ceratocone essas ligações de colágeno entres as camadas da córnea se enfraquecem, levando a um afinamento e relaxamento progressivo do tecido, é como se a córnea se tornasse mais enfraquecida e propensa à deformidade.


3. Qual a idade de maior incidência desta doença? Pode ser genética, ou seja, de origem hereditária?

O Ceratocone tem maior registro entre os adolescentes (13–18 anos), mas pode evoluir durante toda a vida adulta. Pode existir a combinação entre fatores genéticos e o ambiente externo para o seu desenvolvimento, mas está presente entre 6% e 8% de casos com histórico familiar.


Em sua fase inicial o Ceratocone não apresenta sintomas, sendo identificado apenas com exames complementares. No entanto, a mudança do grau, especialmente em casos de astigmatismo, pode levantar suspeita.


4. Quais fatores externos que desencadeiam a doença?

Coçar os olhos pode agravar o Ceratocone e até causar a doença, por isso a importância desta campanha Junho Violeta que, especialmente, faz este alerta: esfregar, coçar ou pressionar os olhos podem causar o Ceratocone.


Além de agravar o Ceratocone, coçar os olhos ou fazer pressão sobre eles, dormindo de bruços, por exemplo, pode causar uma ectasia, ou seja, a alteração da curvatura da córnea.


5. O Ceratocone pode estar relacionado à alergia?

Geralmente o Ceratocone está associado ao quadro de alergia ocular, e a coceira é um dos principais agravantes da doença. O tratamento da alergia ocular faz parte do tratamento do Ceratocone. Além da coceira, o paciente pode apresentar irritabilidade e sensibilidade à luz.


6. Quais os tratamentos para o Ceratocone?

Cada caso deve ser avaliado individualmente, até porque pode ocorrer em um olho ou em ambos, depende também do estágio da doença. Os óculos podem ser indicados para o estágio inicial; as lentes intraoculares, o implante de anel intraestromal, o crosslinking, entre outras técnicas, podem ser indicadas de formas associadas. São procedimentos que levam em torno de 30 minutos e não precisam de internação.


Em casos mais avançados da doença, o transplante de córnea é indicado mas, para essa troca, também existem técnicas variadas. Por isso, a escolha de um profissional capacitado para conduzir o tratamento conforme a gravidade da doença, é essencial para um bom resultado.


7. O Ceratocone pode levar à cegueira?

O Ceratocone pode ocasionar a baixa visão. Por isso, exames complementares realizados pelo médico oftalmologista possibilitam o diagnóstico em fase inicial e o acompanhamento para detectar o seu avanço antes que isso ocorra.


O não tratamento pode levar à descompensação da córnea e ocorrência de hidropsia, que é quando a camada interna é rompida e invadida pelo líquido interno do olho, levando a perda da transparência e severa diminuição da acuidade visual.


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